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Pecuária

12/06/23
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Imagem retirada do estudo "Os frigoríficos vão ajudar a zerar o desmatamento da Amazônia?", do Imazon

Há mais de 30 anos, o Imazon investe na produção científica, em projetos de campo e na atuação junto aos setores público e privado para oferecer as melhores soluções para o desenvolvimento da pecuária na Amazônia sem desmatamento.

A partir do

Mapa mostra áreas de agropecuária em amarelo (Fonte: MapBiomas)

E a maior parte do desmatamento na região é ilegal. Um

Mapa mostra situação das pastagens na Amazônia Legal em 2021 (Fonte: MapBiomas, com legenda nossa)

1.2. Soluções para a pecuária

1.2.1. Aumento da produtividade

A pecuária ainda é muito pouco produtiva na Amazônia. Segundo um

Estimativas de área, em hectares, (esquerda) e de investimento (direita) necessários anualmente para atender aumentos de 1,4% e de 2,4% na produção de carne projetados pelo Mapa até 2030 (Fonte: Pesquisa “Políticas para desenvolver a pecuária na Amazônia sem desmatamento”, de Paulo Barreto)

1.2.3. Fim dos incentivos ao desmatamento

Atualmente, conforme as pesquisas do Imazon, as principais soluções para tornar a pecuária sustentável na Amazônia envolvem: combater a grilagem; rastrear e fiscalizar efetivamente o gado; dar incentivos para recuperação de pastagens degradadas e aumento da produtividade; cobrar impostos adequadamente (propriedades grandes e menos produtivas devem pagar mais tributos, mas os governos não têm cobrado devidamente os valores previstos, conforme estudo do instituto); fornecer amplo acesso à assistência técnica continuada; condicionar o crédito rural ao aumento da produtividade de forma sustentável e investir em infraestrutura em áreas prioritárias.

2. Projetos de campo

2.1. Apoio a pecuaristas

Dentro do Programa Restauração de Paisagens, por meio do Projeto Floresta Para Sempre, o Imazon tem apoiado famílias que atuam com a agropecuária na adoção da produção sustentável e no cumprimento das leis ambientais. Esse projeto auxilia residentes de pequenas e médias propriedades rurais a realizarem o Programa de Regularização Ambiental (PRA) e o Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas ou Alteradas (PRADA), o que envolve a recuperação de Áreas de Preservação Permamente (APPs) e de Reserva Legal (RL) desmatadas.

Em relação às famílias de agricultoras e agricultores familiares, que moram em assentamentos, o projeto prevê o apoio à restauração de uma área equivalente a 400 campos de futebol nos municípios paraenses de Capitão Poço, Dom Eliseu, Paragominas e Ulianópolis. Para isso, o Imazon já capacitou assentadas e assentados participantes em restauração florestal e plantou mais de 13,5 mil mudas de árvores nativas em suas pequenas propriedades. São oito espécies que vão gerar renda às famílias a curto, médio e longo prazo: açaí, pupunha, cacau, cupuaçu, ingá, buriti, castanha e andiroba.

Já quanto às produtoras e produtores que residem em médias propriedades rurais, o projeto auxiliará na condução da Regeneração Natural Assistida (RNA) em uma área equivalente a 3 mil campos de futebol. Essa técnica consiste em realizar ações para acelerar a recuperação natural da floresta, como por exemplo a construção de cercas para evitar a entrada do gado nas áreas em regeneração, a implantação de barreiras para o fogo, o controle de pragas e a retirada de espécies invasoras.

2.2. Avaliação da Pecuária Verde

Para avaliar os resultados do investimento na pecuária verde na Amazônia, o Imazon realizou um estudo de caso no município de Paragominas, no Pará. Nesse trabalho, o instituto mediu o desempenho financeiro e a satisfação das pessoas que trabalhavam em cinco fazendas que adotaram o modelo sustentável de produção, comparando esses números com os obtidos por propriedades tradicionais.

A conclusão foi que as fazendas verdes conseguiram aumentar a produtividade em cerca de quatro vezes em comparação com as outras, o que as tornou mais lucrativas. Além disso, as fazendas sustentáveis apresentaram maiores índices de satisfação das funcionárias e dos funcionários em relação às condições de trabalho. Resultados práticos que contribuíram para mostrar as vantagens da adoção da pecuária verde na Amazônia.

2.3. Monitoramento das áreas protegidas

Dentro do Programa Áreas Protegidas, o instituto forma Agentes Ambientais Comunitários (ACC) para denunciarem atividades ilegais em unidades de conservação, terras indígenas e quilombolas, entre elas a pecuária. Atualmente, há mais de 100 voluntárias e voluntários atuando na defesa desses territórios com apoio do Imazon na região Norte do Pará, onde há o maior bloco de áreas protegidas do mundo. São mais de 22 milhões de hectares que estão sofrendo forte pressão do desmatamento por causa da grilagem, da agropecuária e do garimpo.

3. Atuação junto aos setores público e privado

3.1. Radar Verde

Em 2021, o Imazon criou junto com o Instituto O Mundo Que Queremos o Radar Verde, um indicador de transparência da cadeia da carne na Amazônia. A partir dessa iniciativa, questionamos 90 empresas frigoríficas e 69 redes de supermercados sobre as ações que cada uma está realmente tomando para evitar a entrada de carne relacionada ao desmatamento ilegal da região e outros crimes, como o trabalho análogo à escravidão. As respostas a esses questionamentos foram avaliadas e publicadas em 2022, porém nenhuma das empresas participantes autorizou a divulgação dos seus resultados individuais.

Apesar disso, o Radar Verde já contribuiu para a maior conscientização do público a respeito da relevância de exigir a transparência na cadeia da pecuária. Conforme uma pesquisa de opinião realizada para a iniciativa pelo Reclame Aqui com mais de 9 mil pessoas de todo o país, caso a rastreabilidade virasse regra, 73% disseram que deixariam de comprar carne de empresas que não conseguissem garantir que a produção não causou desmatamento ilegal. Além disso, 79% afirmaram que supermercados e frigoríficos devem ser os responsáveis por verificar a legalidade da origem do produto.

Em 2023, o Radar Verde iniciou o seu segundo ciclo de avaliações, com a expectativa de obter informações de ainda mais empresas e de aumentar a transparência em relação à publicação dos resultados. Para esta etapa, já foram mapeados 173 frigoríficos, quase o dobro do ano anterior.

3.2. TAC da Carne

O Imazon foi uma das instituições que auxiliaram o Ministério Público Federal (MPF) na elaboração do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da pecuária no Pará, o chamado “TAC da Carne”. Essa iniciativa determina que as empresas signatárias do TAC se comprometam em barrar a comercialização de carne bovina relacionada ao desmatamento ilegal no estado. Criado em 2009, o TAC da Carne foi fundamental para o aumento expressivo nos Cadastros Ambientais Rurais (CARs), que passaram de apenas 400 no primeiro ano da iniciativa para mais de 170 mil em 2016.

Atualmente, o instituto também contribui para a avaliação da ação como participante da Câmara Técnica de Acompanhamento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne do Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA), onde avalia os resultados das fiscalizações do órgão. Em suas últimas auditorias, o MPF/PA mostrou que quase 10% do gado comprado pelos frigoríficos fiscalizados passou por áreas desmatadas ilegalmente.

3.3. Eventos

Para ampliar o alcance das soluções propostas para desenvolver a pecuária sem desmatamento, o Imazon também participa e realiza eventos sobre a temática. Para apresentar o Radar Verde, por exemplo, o instituto esteve na última COP, realizada no Egito, e na Expomeat, uma das principais feiras do setor no país.

Em seu canal no YouTube, o Imazon também promoveu recentemente o clico de debates “Para onde vai a boiada”, que reuniu pesquisadores, pecuaristas, um empresário e uma jornalista para discutir o futuro da pecuária na Amazônia.

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