Programas e Resultados de 2021

27/11/22
Compartilhar o artigo:

!

_Pesquisadora do Imazon Brenda Brito apareceu como uma das mais citadas durante um tuitaço contra um dos PLs da Grilagem, em abril de 2021_

O programa também pautou os incentivos governamentais ao roubo de terras públicas dentro do projeto Amazônia 2030, com a publicação do estudo “Legislação fundiária brasileira incentiva grilagem e desmatamento na Amazônia”. Essa pesquisa forneceu informações para debates, reportagens e conteúdos sobre o tema.

Além disso, o programa também fomentou a discussão do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), do governo do Pará, por meio de um relatório publicado em parceria com outras seis instituições. O documento reuniu o resultado de mais de 10 horas de discussões públicas em webinários realizados em 2020, que motivaram quase mil comentários do público. As demandas populares e das instituições contidas na publicação também foram apresentadas em um webinar, que contou com a participação do secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’ de Almeida.

Mudanças climáticas

Para reduzir as emissões brasileiras de gases do efeito estufa, que são responsáveis pelo aquecimento do planeta e pelas mudanças climáticas, é necessário barrar urgentemente o avanço do desmatamento na Amazônia. Dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, mostraram que o setor que mais emitiu em 2020 foi o de mudança no uso da terra, principalmente por causa da destruição da floresta amazônica.

Nesse contexto, o programa atuou com a produção e a divulgação de informações sobre a atual situação da pecuária na Amazônia, com a proposição de soluções sustentáveis para os problemas do setor. Isso porque, atualmente, cerca de 90% das áreas desmatadas na região já viraram pasto, o que evidencia o peso da pecuária na emissão de gases do efeito estufa no país. Entre os produtos realizados estão a série de três webinários “Para onde vai a boiada?”, que reuniu representantes da imprensa, do terceiro setor, do setor privado e pecuaristas para discutir como barrar a entrada de carne vinda do desmatamento ilegal no mercado, o que tem motivado inclusive ameaças de boicote de grandes compradores internacionais.

Já na revista internacional Tropical Conservation Science, o programa publicou a pesquisa “Extensive Production Practices and Incomplete Implementation Hinder Brazil’s Zero-Deforestation Cattle Agreements in Pará”. O estudo ouviu 131 pecuaristas da região sudeste do Pará, entre São Félix do Xingu e Marabá, região que concentra 30% do rebanho do estado e 10% de toda a Amazônia. E mostrou que 95% deles admitiram não possuir uma área de Reserva Legal como determina o Código Florestal. Além disso, alguns relataram ser muito fácil realizar o crime de lavagem de gado, que consiste em levar animais criados em áreas desmatadas ilegalmente, inclusive dentro de terras indígenas, para fazendas legalizadas antes da venda aos frigoríficos. Esse dado explicitou a necessidade urgente da rastreabilidade ser implantada em todos os bovinos desde o nascimento.

Dentro do projeto Amazônia 2030, o programa publicou o estudo “Políticas para desenvolver a pecuária na Amazônia sem desmatamento”. Essa pesquisa mostrou que, para atender a demanda de carne projetada até a próxima década, é mais barato reformar pastos degradados do que desmatar novas áreas na Amazônia. E que essa restauração da pastagem pode ser feita com crédito rural e tecnologia já disponíveis atualmente. Os resultados motivaram reportagens, foram levados para tomadores de decisão e apresentados também para o mercado financeiro.

Além disso, o programa também contribuiu para a publicação do livro “Sob a Pata do Boi”, que conta a história da pecuária na Amazônia, e iniciou o desenvolvimento de um índice de transparência da cadeia da carne na região. O objetivo da iniciativa é avaliar e divulgar o que os frigoríficos e supermercados estão realmente fazendo para impedir que a carne que teve relação com o desmatamento chegue aos consumidores.

Infelizmente, o discurso de que “é preciso desmatar para desenvolver a Amazônia” ainda é muito disseminado, inclusive por tomadores de decisão. Nesse cenário, a publicação do Índice de Progresso Social (IPS) para todos os 772 municípios da Amazônia Legal em 2021 contribuiu para mais uma comprovação científica de que o desmatamento não melhora a qualidade de vida da população. Ao contrário: tem barrado o desenvolvimento social.

Liderado pelo Imazon e publicado dentro do projeto Amazônia 2030, o estudo revelou que os 20 municípios com as maiores áreas de floresta destruídas nos últimos três anos tiveram IPS médio de 52,38, valor 21% menor que o índice do Brasil, de 63,29, e mais baixo que o da Amazônia, de 54,59. Para calcular a nota final de cada cidade, que vai de 0 a 100, os pesquisadores analisaram 45 indicadores de áreas como saúde, saneamento, moradia, segurança, educação, comunicação, equidade de gênero e qualidade do meio ambiente.

Além de publicar um resumo executivo do IPS Amazônia 2021, o programa também produziu estudos específicos para cada um dos nove estados da região: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, contemplando a análise detalhada de cada cidade. Com isso, o IPS se tornou um excelente instrumento para avaliação e elaboração de políticas públicas municipais, estaduais e nacionais para a Amazônia.

É importante ressaltar também que o Imazon, além de ter pesquisadores como autores de estudos do projeto Amazônia 2030, também realiza a coordenação geral da iniciativa, que lançou 34 pesquisas em 2021. Entre os assuntos explorados estão mercado de trabalho, saúde, educação, segurança e o potencial dos produtos florestais não madeireiros.

Comunicação

A comunicação investiu na melhoria das estratégias de assessoria de imprensa para o Imazon, o que resultou em pelo menos 4 mil citações ao instituto em veículos de comunicação nacionais e internacionais, de mais de 80 países. O setor também realizou mudanças na profundidade e na apresentação dos conteúdos no site da organização, que recebeu 293 mil usuários e teve 585 mil visualizações em 2021.

Além disso, as redes sociais do instituto passaram por uma reformulação gráfica e de conteúdo, que envolveram a priorização de uma forma de divulgação científica aprofundada, mas ao mesmo tempo explicativa e com uma linguagem simples. Essa mudança resultou em 8 mil novos seguidores e 55 mil engajamentos com nossos conteúdos no Instagram, Twitter, LinkedIn, Facebook e Youtube, que fecharam o ano com uma audiência total de 70 mil seguidores.

Além da divulgação institucional, dos trabalhos de pesquisa e dos projetos de campo do Imazon, a comunicação realizou projetos independentes que contribuíram para aumentar a relevância e a credibilidade do instituto. Uma delas foi apoiar o desenvolvimento da série de vídeos “Recorte: Preservação é saúde”, apresentada pelo médico Dráuzio Varella. Dividida em quatro episódios, a iniciativa mostrou como a derrubada da floresta já está impactando negativamente a nossa saúde e ainda pode provocar novas pandemias e impedir a descoberta de melhores tratamentos no futuro.

Outra ação da comunicação foi coorganizar os “Encontros de Conteúdo Anti-desmatamento em Rede (ECOAR)”, um curso de formação multidisciplinar para influenciadores digitais sobre como a derrubada da Amazônia e do Cerrado afetam o país e o mundo. Criada pela Diálogo Brasil, a iniciativa formou 20 influenciadores de diferentes regiões do país em 2021, que juntos possuem uma audiência de cerca de 1 milhão de seguidores.

Nas redes sociais, o setor também criou a campanha #DesmatamentoÉDesigualdade, que mostrou a relação entre a derrubada da Amazônia e as crises hídrica, energética e econômica que o país sofreu durante o ano.

Administração

Para apoiar os trabalhos de pesquisa, os projetos de campo e a comunicação do Imazon, o setor administrativo investiu na capacitação da equipe e na melhoria dos processos, ações que resultaram na maior produtividade e qualidade das entregas. A comprovação disso foi o fechamento do ano com todas as contas do instituto validadas sem ressalvas pelas auditorias externas e independentes.

O setor também manteve atualizada e aberta ao público a página de transparência institucional dentro do site do Imazon, o que contribuiu para reforçar a credibilidade da instituição. Além disso, começou um processo de melhoria na gestão de projetos da organização, que envolverá o uso de um sistema interno (intranet) para informar e alertar os colaboradores sobre os objetivos, os prazos, as atualizações e as entregas de cada iniciativa.

A administração ainda investiu na adequação da instituição às exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a partir da contratação de uma assessoria jurídica especializada. A partir disso, todos os colaboradores receberam treinamento sobre a legislação e foi desenvolvida, aplicada e divulgada a Política de Privacidade e Cookies do Imazon.

1. Carta da Diretoria 2. Conheça o Imazon 3. Programas e Resultados 4. Transparência Financeira 5. Publicações e eventos 6. Atuação em redes 7. Assembleia geral, conselhos e equipe

Comentários