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Ameaça e Pressão de Desmatamento em Áreas Protegidas: SAD de Outubro a Dezembro de 2024

27/01/25
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Bianca Santos, Júlia Ribeiro e Carlos Souza Jr. Ameaça e Pressão de Desmatamento em Áreas Protegidas: SAD de Outubro de 2024 a Dezembro de 2024. Belém: Imazon.

Áreas Protegidas (APs) representam um patrimônio nacional, e considerando a extensão das APs na Amazônia Legal (i.e., 4), os seus benefícios para a manutenção da biodiversidade, estoques de carbono e na geração de serviços ambientais, como a regulação do clima, transcendem a fronteira nacional, alcançando relevância global. Propomos uma metodologia para monitorar as Ameaças e Pressões nas APs baseada em dados de desmatamento (sem sombra de dúvidas, um dos maiores vetores de ameaças, mas há outros vetores como extração madeireira, garimpo, hidrelétricas).

Usamos as seguintes definições:

AMEAÇA: é a medida do risco iminente de ocorrer desmatamento no interior de uma AP. Utilizamos uma distância de 10 km para indicar a zona de vizinhança de uma AP na qual a ocorrência de desmatamento indica ameaça. Muitas APs resistem a esse tipo de ameaça, não permitindo que o desmatamento penetre em seus limites.

PRESSÃO: ocorre quando o desmatamento se manifesta no interior da AP, levando a perdas de serviços ambientais e até mesmo à redução ou redefinição de limites da AP. Ou seja, é um processo interno que pode levar à desestabilização legal e ambiental da AP.

RESULTADO

O SAD de outubro a dezembro de 2024 detectou um total de 668 km2 de desmatamento na Amazônia. O cruzamento dos dados do SAD com a grade de células de 10 km x 10 km (i.e., 100 km2) revelou que:
- Das 1.010 células que tiveram ocorrência de desmatamento, 614 (61%) indicam Ameaça e 396 (39%) Pressão em APs. O número de células com ocorrência de desmatamento de outubro a dezembro de 2024 é 17% menor em comparação com outubro a dezembro de 2023. Isso ocorre porque, apesar da área desmatada ter aumentado, o número de alertas reduziu 11%, em comparação com o período anterior.
- As APs mais Ameaçadas foram a Resex Chico Mendes (AC) e a TI Arara (PA). Sete das dez APs mais ameaçadas do período se localizam no estado do Pará (Gráfico 1).
- A Resex Chico Mendes (AC) e a RESEX Verde para Sempre (PA) foram as APs mais Pressionadas. Cinco das dez APs mais pressionadas do período também apareceram no ranking do período anterior (Gráfico 2).
- As Terras Indígenas TI Arara (PA) e TI Trincheira/Bacajá (PA) foram as mais Ameaçadas no período. Nove das dez TIs mais ameaçadas do período também apareceram no ranking do período anterior. A TI Cachoeira Seca do Iriri (PA) e a TI Yanomami (AM/RR) lideram o ranking das mais pressionadas. Seis das dez TIs mais pressionadas do período também apareceram no ranking do período anterior.
- As Unidades de Conservação Federais que lideram o ranking de Ameaça são a Resex Chico Mendes (AC) e a FLONA do Tapajós (PA). Em relação à Pressão, a Resex Chico Mendes (AC) e a Resex Verde para Sempre (PA) lideram o ranking, ambas ocuparam o primeiro e o segundo lugar, respectivamente, no ranking de unidades de conservação federais pressionadas no período anterior. Nove das dez Unidades de Conservação Federais mais pressionadas do período também apareceram no ranking do período anterior.
- As Unidades de Conservação Estaduais mais Ameaçadas foram a FES do Paru (PA) e a FES do Antimary (AC). Oito das dez unidades de conservação estaduais mais ameaçadas do período também apareceram no ranking do período anterior. Em relação à Pressão, a APA Caverna do Maroaga (Presidente Figueiredo) (AM) e a APA Arquipélago do Marajó (PA) são as líderes do ranking de unidades de conservação estaduais pressionadas.

Baixe aqui o estudo completo

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