Floresta Estadual do Paru, no Pará, onde está a maior árvore do bioma, foi a quinta unidade de conservação mais desmatada em outubro

Enquanto líderes mundiais discutem como reduzir as emissões de gases do efeito estufa na Conferência do Clima, a COP 27, o desmatamento segue avançando em ritmo acelerado na Amazônia. De janeiro a outubro, foram derrubados quase 10 mil km² de floresta, o equivalente a mais de seis vezes a cidade de São Paulo. E o pior: a derrubada está avançando sobre o Norte do Pará, onde está o maior bloco de áreas protegidas do mundo e a maior árvore do bioma.
Esse foi o segundo pior acumulado dos últimos 15 anos, sendo apenas 0,5% menor do que o mesmo período em 2021. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a floresta por imagens de satélite desde 2008.
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Degradação florestal cresceu 183% em outubro
Outro problema apontado pelo monitoramento do instituto foi a alta na degradação florestal causada pelas queimadas e pela exploração madeireira. Esse dano ambiental passou de 537 km² em outubro de 2021 para 1.519 km² no mês passado, um aumento de 183%. Entre os estados, os maiores responsáveis pela degradação foram Mato Grosso (74%) e Pará (19%).
“Por meio das imagens de satélite, conseguimos identificar a maior ocorrência de queimadas, o que contribuiu para a alta da degradação. Além de aumentarem a emissão de gases do efeito estufa, esses incêndios oferecem risco à saúde pública. Existem diversos estudos que associam a fumaça proveniente das queimadas da Amazônia com problemas respiratórios, o que afeta mais gravemente idosos e crianças. E isso não se limita apenas à população amazônica, já que essa fumaça viaja por quilômetros no ar até chegar a outras regiões do Brasil”, observa Bianca.