Heron Martins, Antônio Fonseca; Carlos Souza Jr.; Márcio Sales & Adalberto Veríssimo (Imazon)
RESUMO
Em março de 2013, a maioria (60%) da área florestal da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, o que comprometeu a detecção do desmatamento e da degradação florestal através das imagens MODIS utilizadas pelo SAD. Nessas condições foram detectados apenas 80 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Isso representou aumento de 50% em relação a março de 2012 quando o desmatamento somou 53 quilômetros quadrados e a cobertura de nuvens foi de 74%.
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a março de 2013 totalizou 1.430 quilômetros quadrados. Houve aumento de 88% em relação ao período anterior (agosto de 2011 a março de 2012) quando o desmatamento somou 760 quilômetros quadrados.
Em março de 2013, a maioria (56%) do desmatamento ocorreu no Mato Grosso, seguido por Rondônia (28%), Pará (9%), Roraima (3%), Acre (2%) e Amazonas (2%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram apenas 9 quilômetros quadrados em março de 2013. Em relação a março de 2012, quando a degradação florestal somou 40 quilômetros quadrados, houve uma diminuição de 90%.
A degradação florestal acumulada no período (agosto 2012 a março 2013) atingiu 1.100 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2011 a março de 2012), quando a degradação somou 1.568 quilômetros quadrados, houve redução de 30%.
Em março de 2013, o desmatamento detectado pelo SAD comprometeu 1,5 milhão de toneladas de CO² equivalente. No acumulado do período (agosto 2012 a março de 2013) as emissões de CO² equivalentes comprometidas com o desmatamento totalizaram 79 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 38% em relação ao período anterior (agosto de 2011 a março de 2012).
Estatísticas do Desmatamento
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativo do solo) atingiu 80 quilômetros quadrados em março de 2013 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2011 a março de 2013 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal em março de 2013 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a março de 20131, correspondendo aos oito meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 1.430 quilômetros quadrados. Houve aumento de 88% do desmatamento em relação período anterior (agosto de 2011 a março de 2012) quando atingiu 760 quilômetros quadrados.
Em março de 2013, a maioria (56%) do desmatamento ocorreu no Mato Grosso, seguido por Rondônia (28%), Pará (9%), Roraima (3%), Acre (2%) e Amazonas (2%).
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em março de 2013 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando o desmatamento acumulado nos oito meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2012 a março de 2013), o Pará lidera o ranking com 45% do total desmatado. Em seguida aparece o Mato Grosso com 27%, Rondônia com 14% e o Amazonas com 11%. Esses quatros estados foram responsáveis por 97% do desmatamento ocorrido na Amazônia Legal nesse período.
Em termos relativos, houve redução de 33% no Acre e 44% em Roraima. Por outro lado, houve aumento no Pará (+144%), Amazonas (+143%), Tocantins (+126%), Mato Grosso (+65%) e em Rondônia (31%).
Em termos absolutos, o Pará lidera o ranking do desmatamento acumulado com 650 quilômetros quadrados, seguido pelo Mato Grosso (379 quilômetros quadrados), Rondônia (194 quilômetros quadrados), Amazonas (159 quilômetros quadrados), Tocantins (quilômetros quadrados), Acre (12 quilômetros quadrados) e Roraima (12 quilômetros quadrados).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2011 a março de 2012 e de agosto de 2012 a março de 2013 (Fonte: Imazon/SAD).
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[1]O calendário oficial de medição do desmatamento tem início no mês de agosto e término no mês de julho.
Degradação Florestal
Em março de 2013, o SAD registrou 9 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4).
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2011 a março de 2013 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2012 a março de 2013[2] atingiu 1.100 quilômetros quadrados.
Em termos absolutos, o Mato Grosso lidera o ranking da degradação florestal acumulada com 612 quilômetros quadrados (56%), seguido pelo Pará com 397 quilômetros quadrados (36%). O restante (8%) ocorreu em Rondônia (50 quilômetros quadrados), Tocantins (25 quilômetros quadrados) e Amazonas (11 quilômetros quadrados).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2011 a março de 2012 e de agosto de 2012 a março de 2013 (Fonte: Imazon/SAD).
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[2] O calendário oficial de medição do desmatamento tem início no mês de agosto e término no mês de julho.
Carbono Comprometido pelo Desmatamento
Em março de 2013, os 80 quilômetros quadrados de desmatamento detectado pelo SAD na Amazônia Legal comprometeram 1,5 milhão de toneladas de carbono (com margem de erro de 605 mil toneladas de carbono). Essa quantidade de carbono afetada resulta em 5 milhões de toneladas de CO2 equivalente (Figura 6).
O carbono florestal comprometido pelo desmatamento no período de agosto de 2011 a março de 2012 foi de 21 milhões de toneladas (com margem de erro de 984mil toneladas), o que representou cerca de 79 milhões de toneladas de CO equivalente (Figura 6). Em relação ao mesmo 2 período do ano anterior (agosto de 2010 a março de 2011) quando o carbono florestal comprometido foi 14 milhões de toneladas houve aumento de 38% na quantidade de carbono comprometido pelo desmatamento.
Figura 5. Desmatamento e emissões de Dióxido de Carbono (CO) equivalente total de agosto de 2011 a março de 2013 na 2 Amazônia Legal (Fonte: Imazon).
Geografia do Desmatamento
Em março de 2013, a grande maioria (86%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado Assentamentos de Reforma Agrária (6%) e Terras Indígenas (8%) (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em março de 2013 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Assentamentos de Reforma Agrária
O SAD registrou 5 quilômetros quadrado de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em março de 2013 (Figura 7). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PAD Pedro Peixoto ( Plácido Castro; Acre), PA Merceds Bens I e II (Tabaporã, Mato Grosso) e PA Santa Maria II (Machadinho D´Oeste, Rondônia).
Figura 6. Assentamentos de Reforma Agrária desmatados em março de 2013 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Áreas Protegidas
No mês de março de 2013, devido a alta cobertura de nuvens, o SAD detectou 6 quilômetros quadrados de desmatamento apenas na Terra Indígena Kaiabi (Pará).
Municípios Críticos
Em março de 2013, os municípios mais desmatados foram: União do Sul (Mato Grosso) e Colniza (Mato Grosso) (Figura 7 e 8)
Figura 07. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em março de 2013 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 08. Municípios mais desmatados em março de 2013 (Fonte: Imazon/SAD).
Cobertura de Nuvem e Sombra
Em março de 2013, foi possível monitorar com o SAD apenas 40% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 60% do território florestal estavam cobertos por nuvens o que dificultou a detecção do desmatamento e da Os Estados com maior degradação florestal. cobertura de nuvem foram Amapá (92%), Rondônia (82%) e Pará (81%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em março de 2013 podem estar subestimados (Figura 9).
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 09. Área com nuvem e sombra em março de 2013 na Amazônia Legal.
Google SAD-EE
Desde junho de 2012 a detecção de alertas desmatamento e de degradação florestal vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD, com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.